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Prod Ops & Retenção de Pessoas


Em nosso nono encontro, discutimos sobre qual o papel de Prod Ops em retenção e engajamento de pessoas.

O encontro foi (muito bem 👏👏👏) facilitado pelo Álvaro Furtado.


Começamos a discussão falando sobre turnover em tecnologia, algo que sempre existiu na indústria. A procura por talentos no mercado de tecnologia, e não só no Brasil, tem aumentado. A atração e retenção de talentos se torna particularmente desafiadora quando competimos com salários em dólar e discutimos também alguns efeitos dessa situação: os salários inflacionados levam pessoas com pouca experiência a cargos que exigem maior atribuição e responsabilidades, desafios estes aos quais não necessariamente o profissional está preparado ou tem maturidade para enfrentar, o que acaba gerando um novo ciclo de turnover. A recente profissionalização da área de produtos também foi citada como um ponto que contribui para o inflacionamento dos salários.

Em seguida, listamos ações em Prod Ops que poderiam ajudar, ou que já estamos tomando, no/para o engajamento e retenção de pessoas.

Priorizamos dois tópicos (e só tivemos tempo de discutir o primeiro) em um modelo Lean Coffee.


Figura 1 - Ferramenta Miro e ações Prod Ops para retenção e engajamento

Apoio à estruturação de times

O tema mais votado (dentro do timebox) foi o apoio à estruturação de times.

Em um nível básico de estruturação de times, equipes desbalanceadas (por exemplo, formadas só por um desenvolvedor ou só um PM) normalmente não tem um propósito claro e, com o tempo, esta falta de propósito acaba com o engajamento dos profissionais, gerando turnover.

Quando falamos sobre estruturação de times em um nível mais estratégico, focada em atingir objetivos de negócio, Prod Ops, que está muito conectado à estratégia da organização, consegue traduzir estes objetivos em estruturação de times, apoiando a liderança (que continua sendo a responsável) com práticas, ferramentas e guidelines para melhor atuação da equipe.

Assim como um produto, não existe uma receita pronta para estruturar equipes, é necessário experimentar, medir e ajustar frequentemente.

O livro Team topologies é uma das referências de mercado para estruturação de times. Vale reforçar que o conceito precisa ser analisado e atrelado ao que faz sentido para cada organização. E, para avaliar os benefícios, é necessário medir frequentemente (por exemplo, diminuição de dependências, aumento de entrega de valor ou o que mais fizer sentido para a organização) e avaliar os próximos passos.

Sobre os papéis necessários para realizar uma estruturação de times, temos algumas variações. Em algumas empresas, o papel do agilista está dentro da tribo, apoiando o time em sua organização. Na OLX Brasil, a disciplina de agilidade faz parte de Prod Ops. O objetivo é entregar resultados de negócio e processos transversais da empresa são avaliados e revisados. Desta forma, a estruturação de equipes acaba sendo uma consequência. Na RockContent, Prod Ops surgiu como um capítulo dentro de agilidade.

Atualmente em agilidade tem se falado muito sobre eficácia e este é um ponto diretamente relacionado ao produto.

Muitas vezes, a pessoa de produto não conhece (ou não sabe como interpretar) métricas de desempenho de equipes (leadtime, throughput, cycle time) e/ou de engenharia (cobertura de testes, frequência de integração e publicação). No final, todas estas são métricas de produto e é pouco eficaz focar no desempenho de equipes se não for uma melhoria atrelada ao negócio.

O framework EBM foi citado como um dos que une métricas de engenharia, de equipes e de negócios.

Na RockContent, métricas de engenharia são de responsabilidade do gerente de engenharia e os agilistas têm acesso, ajudando o time a analisar se a entrega de maior valor seria alguma de cunho técnico.

A tríade engenharia, agilidade e produto evoluiu. Há algum tempo a disciplina de agilidade deixou de ser exclusiva em TI e produto e está presente também na camada organizacional, levando a uma nova tríade: engenharia, produto e sucesso do cliente.

É importante levar em consideração os motivadores intrínsecos para atuar em engajamento e retenção. Existem diversos fatores impactando na satisfação de uma pessoa na empresa onde trabalha, e apenas um bom salário não costuma ser o suficiente para reter alguém.

É necessário também ter acompanhamento, treinamento e desenvolvimento - inclusive, treinar uma pessoa em seu início de carreira pode ser uma ferramenta para "fidelização" e retenção.

Equipes bem estruturadas e com propósito, conseguem realizar entregas contínuas e estas entregas ajudam muito na visibilidade e desenvolvimento individual.

Uma boa referência sobre o tema motivação, é o livro Drive de Daniel Pink.

E após quase uma hora de papo, chegamos ao final de mais um encontro.

Não tivemos tempo de discutir o segundo tópico, o que não exatamente é algo ruim, já que pode ser um tema para um encontro futuro 😝.

Então, em um grande resumo:

  • Não há uma receita de bolo para a construção de equipes. Sim, é interessante conhecer os conceitos apresentados em Team Topologies para ter uma linguagem comum com seus stakeholders, mas estes conceitos precisam ser adequados à realidade de cada empresa.

  • Como qualquer produto, o ciclo build > measure > learn precisa ser aplicado na estruturação de equipes; esta é a maneira de ter uma evolução empírica, iterativa e incremental.

  • Estruturação de equipes é o primeiro passo, mas não o último. Acompanhamento de pessoas e motivadores intrínsecos contam (e muito!!).

Imagem que demonstra o ciclo de construir, medir e aprender

Figura 2 - Ciclo build, measure, learn

Quer discutir sobre esse e outros temas? Participe da nossa comunidade no Slack: Comunidade ProdOps Brasil

Artigo escrito por Juliana Akemi, Senior Manager na Accenture - desenvolvimento de produtos digitais.


Para acessar a gravação na íntegra segue o link do Zoom, senha (5+$MNuY#).

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1 Comment


Unknown member
Dec 13, 2021

Que legal! Parabéns Juliana pelo artigo! 🤘🏻

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