Em março, tivemos o 12° encontro da comunidade brasileira de Product Ops, com a discussão centrada em como a área pode contribuir para o roadmaps de produto. Fica até o final que vou contextualizar sobre o assunto e contar um pouco dos insights que tivemos.
De volta ao conceito de roadmap
Para prosseguir na discussão do tema, primeiro precisamos ter entendimento do que é composto e qual a finalidade de um roadmap.
Ele é uma ferramenta visual que sintetiza as informações mais importantes e atualizadas sobre um produto, deixando clara a visão e traendo - a nível geral - as ações e iniciativas, as quais são pautadas por objetivos de negócio.
A Tera define que um bom roadmap contém: contexto, valor, entrega, confiança e idade. Via de regra, ele fica sob responsabilidade da pessoa Product Manager, a qual o mantém atualizado e visível para todos os envolvidos.
O objetivo de um roadmap é quase sempre trazer alinhamento e facilitar discussões sobre o produto, funcionando como retrato da estratégia. Mas sabemos que na rotina da pessoa PM nem sempre é possível garantir essa visibilidade a todos os níveis, em forma e direção adequados. Quando pensamos a nível flight level 3, numa empresa de grande porte, com um portfólio de produtos ou até numa solução robusta com vários squads, essa dificuldade de entendimento entre times pode se multiplicar.
Aí é que entra o Product Ops e já vou te dizer o porquê.
O encontro da Comunidade Brasileira de Prod Ops
Para discutir o tema, nos reunimos em formato World Café, uma metodologia utilizada para potencializar a colaboração no processo de tentar responder questões de grande relevância.
No nosso encontro, trouxemos como provocação os tópicos:
“Facilitação entre Produtos e o time comercial – reuniões pré plannings, alinhamento de expectativas”
“Alinhamento do roadmap entre as tribos nos casos de projetos cross”
“Reports periódicos aos stakeholders da evolução de produtos”
A partir deles, chegamos aos insights:
Na elaboração de roadmap deve-se considerar os objetivos estratégicos da empresa, contendo as iniciativas para atender os resultados-chaves pré-estabelecidos. Nesse momento, a pessoa Prod Ops se posiciona para promover a conexão, facilitando o processo de ideação de iniciativas e ações que façam com que o produto atenda os resultados desejados.
No que diz respeito à granularidade de tempo do roadmap, houve um consenso imperativo: a pessoa Prod Ops pode repassar a técnica com os responsáveis pelo produto, ajudando a calibrar a equipe quanto à cadência dos níveis menores, mas seu foco de atuação é na construção do roadmap que identifica a nível macro os objetivos e as oportunidades, sem entrar no detalhamento. E aqui trago destaque para um insight importante: diferentes roadmaps para diferentes níveis organizacionais.
Sendo ele uma ferramenta para visão estratégica, possui públicos diferentes em cada momento e, portanto, diferentes focos. Um roadmap interno para pessoas executivas é focado em conceitos de alto nível como o modo em que produto se posiciona no mercado e como ele cresce – o que a imagem acima define como “valor”. Já aquele utilizado com a equipe de engenharia tem foco nos épicos ou features, a “entrega”. Por fim, um roadmap para clientes têm foco no “contexto” e resultados. Assim, Prod Ops entra para traduzir as versões de um mesmo roadmap garantindo entendimento entre as partes e direcionamento em diferentes níveis.
Avançando ainda mais, em grandes estruturas como citado anteriormente, uma nova atuação surge ao Prod Ops: conectar iniciativas entre produtos, padronizar (até certo ponto!) os roadmaps e construir um painel de visibilidade entre módulos ou produtos.
Para embasar, é interessante notar que há muita similaridade entre o abordado e o modelo que a Product-Led Alliance propõe, de maneira geral, para ações Prod Ops em 3 pilares versus 3 níveis diferentes de maturidade.
O resultado
A partir dessa rica troca entre pessoas de produto, a conclusão principal que fica do encontro é que a pessoa Product Ops pode contribuir para um roadmap em todo o seu processo de vida. Da construção ao compartilhamento/visibilidade, sua atuação é sempre na interface entre PM e equipes (cross) ou PM e governança. Em linhas gerais da atuação do cargo, isso pode ser traduzido em:
instruir sobre a cadência de times;
garantir a conexão com OKRs; e
visibilidade de stakeholders.
Vamos extrapolar essas ações Prod Ops para outros assuntos e entender o que significam na prática?
Próximos encontros
A comunidade ProdOps Brasil se reúne mensalmente, sendo o próximo encontro em 13 de abril com tema "Quick-wins em Prod Ops". Você pode fazer sua inscrição clicando neste link. Se quiser, também pode se juntar à nós pela comunidade no slack.
Este artigo foi escrito por Bruna Peruca, Product Ops na Mulheres no Comando.
Para acessar a gravação na íntegra segue o link do Zoom, senha (#EdJip6Q).
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